MELINA GUTERRES

Bom... Me recordo de algumas professoras do "pré" e o que lembro delas, não é nada bom.
Por isso considero realmente a minha primeira professora, a da primeira série.

Ela se chamava Lori. Nunca me esqueci.
Era baixinha, magra, com cabelos curtos e alguns fios brancos. Um dia ela arrancou um fio de seu cabelo para nos mostrar a raiz. Com isso ela virou uma heroína para mim. Arrancou o fio da cabeça, sentiu dor, tudo pelos seus alunos... e eu pensando em cortar um meu com a tesoura...
É dela que recordo do primeiro elogio que recebi. Algo que tinha feito no dia das mães. Também me lembro de seu consolo quando errei ao escrever a letra de meu primeiro nome em minúsculo, na época o cúmulo da vergonha dentro de mim...

Até hoje a tenho como um exemplo de educadora. Atenciosa, carinhosa e paciente.
Algumas vezes cruzei com ela em Camobi.

A última deve fazer apenas um ou dois anos... mas claro ela não me reconheceu, e eu também não quis pará-la. Foi bom revê-la do mesmo jeito, só com mais fios brancos na cabeça.
Acho que foram as aulas dela que eu mais freqüentei. Por ela e pela minha
ansiedade em aprender logo a ler e escrever. E ela ensinava muito bem!
Até hoje me recordo no quadro negro: "A – E – I – O – U".

Melina Guterres é gaucha e jornalista e promete escrever mais sobre outros professores.

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LESIANE ROSA "ZIZI"

"A melhor aluna da turma em língua portuguesa".
Assim fui definida durante muito tempo (ensino fundamental e médio) por professores e colegas...e tudo por conta da "tia Cláudia", minha primeira professora na Escola João XXIII, em São Sepé, que contava historinhas da abelhinha, da escova, do índiozinho, do óculos e do ursinho, ou seja, as letras a, e, i, o e u, respectivamente. De uma forma bastante criativa e interessante, a professora contava historinhas e a turma participava com muito entusiasmo... ela perguntava:
- como é que a abelhinha faz mesmo?
E nós respondíamos em coro:
- a, a, a, a, a....
Achávamos tudo o máximo. Então, aos cinco anos de idade, cursando o "C.A." (uma espécie de preparação para a 1ª série) eu já sabia ler e escrever. Logo depois, na 1ª série, ouvíamos musiquinhas do tipo: - "Ça, ço, çu tem ce-di-lha... ce e ci não teem, ce e ci não teem... não tem não; não tem não"...bobagem ou não, hoje vejo colegas meus, profissionais da área de comunicação, com severas dificuldades no uso da cedilha e, sem querer, meu pensamento se volta àquela época e também àquela músiquinha, que jamais saiu da minha cabeça.
Um pouquinho depois, quando a professora já começava a pedir que produzíssemos redações, contando o que fizemos nas férias, no final de semana, etc., os resultados daquela alfabetização diferenciada começaram a aparecer.
Certo dia, numa entrega de boletins na escola, as professoras chamaram meus pais para um canto... na hora eles disseram: - ai meu Deus, o que será que aconteceu com a Zizi?! Mas qual não foi a surpresa quando as "profes" disseram: - Olhem, estamos admiradas com o desempenho da Lesiane. É muito difícil uma criança da idade dela (entre 6 e 7 anos) escrever com tanta coerência, sem quaisquer erros de ortografia, gramática ou concordância...
Minhas redações tinham início, meio e fim e ainda eram ricas em detalhes.
Bom, tudo isso conto sempre com muito orgulho, pois marcou a minha vida...
Não é à toa que me tornei uma jornalista que prima pelo bom uso da nossa língua!
E da "tia Cláudia" jamais vou esquecer...; seguidamente encontro com ela aqui em São Sepé e falo do quanto ela fez diferença na minha vida estudantil e profissional.

Lesiane Rosa (Zizi) vive em São Sepé - RS, é jornalista e assessora de imprensa. Foi aluna da Rosana na graduação e na pós-graduação.
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MADEMOISELLE DES TOURS

Meu primeiro professor... Bom, como as professoras foram várias, vou lembrar aqui de meu primeirO professOR de fato... Sim, tão adorável quanto todas as professoras, mas professOR (e lindo!). Eu tinha apenas dez anos e estava lá pela quinta série. Nunca havia me interessado muito pelos coleguinhas, coisa tão comum com as gurias. Servia até de cupido pra muita gente, mas nunca me motivei a pedir o mesmo pra alguém.
A disciplina era Educação Artística. Muito inteligente e com uma linguagem um tanto complicada para as nossas pequenas e jovens cabecinhas de nove ou dez anos, o profe deveria ter, à época, a idade que tenho hoje - era um gurizão! Mesmo assim, falando difícil e com uma maturidade desencorajadora, era muito melhor olhar para ele do que para meus coleguinhas mirrados como eu.
No fim da história, a realidade foi uma só: passei a gostar tanto da disciplina (e do professor, claro), que Educação Artística se tornou a matéria que mais curti naquele ano. De todas as maneiras, agradeço ao meu primeiro profe por uma das coisas que mais gosto de fazer hoje: desenhar. A boa lembrança fica por conta da sensação de liberdade que um simples traço no papel proporciona a qualquer um, assim, sem tempo, linhas, formas obrigatórias ou mesmo um fim definido, assim como é o dito amor platônico, que deve estar entre os mais duradouros.

Bisous!

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Mademoiselle Des Tours é jornalista, pro e jovem.

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DOROTÉIA SANT'ANA

Eu fui para o colégio tardiamente, porque estudar não era a coisa mais importante lá em casa. Ao menos eles pensavam assim, talvez porque trabalhassem demais.
Antes da escola tive algumas professoras de vida e recordo de uma em especial: minha avó paterna. Lembro dela magrinha, de cabelos alvos e presos num coque! Sempre vestida com roupas sóbrias e escuras, fazendo alguma reverência (ao menos) ao branco. Em tempo de abóboras, colocava um avental longo sobre o vestido, um lenço na cabeça, e lá íamos nós aos tachos de cobre (aqueles panelões vendidos pelos ciganos) nos fogos de chão. Nunca esqueci das cores daqueles doces a ferver, mexidos por imensas colheres de pau que asseguravam não nos queimaríamos durante o processo.
E quando era tempo de figo, ralávamos em pedras ásperas até ficarem lisinhos e nosso dedos esfolados. Quilos de figos para também irem para o tacho.
Ela ainda gostava de fazer (e comer) arroz com passas de pêssego. Deixava secando ao sol e guardava em latas grandes para uso posterior. Por alguma razão que não sei, até hoje dispenso a iguaria, assim como a todos os arrozes doces. Trocava-os de bom grado pela canjica de milho com açúcar.
Fazia para mim inúmeras bonecas de pano, dessas que agora voltaram a ser moda, e bem que tentou me ensinar crochê. Sentava na cadeira de balanço e ficava horas ali fazendo as redes mais lindas que já vi. Não teve jeito. Perdeu a disputa para o tricô que minha mãe fazia, veloz, e me ensinara. Por vezes, acho que as duas disputavam e eu era parte do jogo...
Mas ela era também uma rezadeira.
Festa do divino e lá ia para a Igreja.
Estava doente, vinha o padre visitá-la e as outras filhas de Maria.
A santa - acho que era Nossa Senhora do Rosário - passava alguns dias do mês na casa dela. Ficava na mesinha especial no quarto, e dá-lhe reza!
Me ensinou a benzer tormenta com palma benta. E foi um dos episódios mais impressionantes que já vi. Armou-se um temporal (aqui se diz assim) e o céu escureceu rapidamente em nuvens negras e velozes. Ela pegou os ramos de palma trazidos da missa de páscoa (acho), posicionou-se no quintal ao lado do poço redondo que ficava entre a casa e os galpões, e se pôs a rezar com os braços erguidos à tormenta.
Não sei explicar, pois era uma pirralha assustada, mas recordo que vi as nuvens dividirem-se em duas direções opostas e o céu ficar claro, clarinho novamente.
Depois, ela chamou uma tia professora que tinha muitos livros.
E a partir de então eu me perdi neles.
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Dorotéia Sant'Ana é empregada doméstica, trabalha com Rosana e adora ler. Lê tudo que encontra pela frente - o que em se tratando da pró Rosana, não é pouca coisa.

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ALDEMA MENINE

Ouvi , faz muito anos, na abertura de uma Feira, num pomposo discurso , a afirmação: “Toda caminhada se inicia com o primeiro passo”.
Foi um nó lingüístico na minha cabeça – como iniciar uma jornada que não fosse com o primeiro passo?
Lembrei-me disso agora porque minha primeira professora foi a segunda!
Aprendi a ler e a escrever com a professora que vinha para a fazenda e ensinava meus irmãos mais velhos e os filhos dos “agregados” – em horários separados naturalmente. Eu era pequena – dizem que eu tinha quatro anos – e ficava por ali, em todos os horários, perto dos que estudavam. Um dia me descobriram lendo e escrevendo.
Com 8 anos, mandaram-me estudar na cidade. Entrei, pela idade, na 2ª. Série, no Grupo Escolar “Marçal Pacheco” – o mesmo onde estudou Rosana. Sabia tudo! Era mimosa da professora. Fazia até discurso para o Bispo. Primeiro lugar! Minha primeira/segunda professora era muito católica, recatada, uma santa, como diziam. Anos depois, ela me encontrou , já adolescente, na rua,usando um vestido “tomara-que-caia”. Disse-me então :
” bracinhos bonitos! Pena que vão arder no inferno porque Deus não gosta de roupas indecentes”.
Não tive medo de Deus, mas da professora sim.

Passei a fugir dela sempre que usava roupas indecentes, com os braços de fora!

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Aldema Menine é gaúcha, professora e por mera coincidência vive hoje no Rio Grande do Sul.
Mais dela AQUI

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ROSANA ZUCOLO

Não sei onde ela está, ou se ainda vive. Me peguei a pensar que gostaria de revê-la, e lhe dizer que ela fez uma imensa diferença numa pequena vida que começava.
Naquele tempo, ao menos em Rosário, não lembro de jardim de infância ou pré-escola. A gente entrava direto com seis anos na primeira série. E recordo que eu já esperava com tudo pronto desde os quatro anos. Minha mãe conta que certa vez levou um susto ao me ver chegando em casa pela mão de uma estranha. A mulher passava todos os dias em frente à minha casa para o trabalho, e me encontrara indo longe, rua abaixo, com um caderno e um estojo embaixo do braço, a dizer que ia para o colégio.
A escola era pública e considerada das "melhores" - o colégio estadual Marçal Pacheco. Ainda assim, cheia das diferenças de classe. Acho que isso foi uma das coisas que mais me impressionou ao entrar nesse mundo: os alunos "naturalmente" se separavam por segmentação social, excluíam-se e se enfrentavam. Sempre fui ruim nessas coisas, não gostava da jocosidade e, talvez por isso, não era muito de andar em turmas. Mas na primeira série, a professora diluía esse universo no lúdico. Tenho vaga lembrança da fisionomia dela, porque a memória evoca sempre um todo. Me parecia imensamente grande, cabelos lisos, pretos e longos e...gorda!
Sim, eu a via enorme, provavelmente muito maior do realmente era, e sempre com um imenso sorriso no rosto. Uma das lembranças mais nítidas eram as brincadeiras. Cada nova sílaba aprendida era reforçada com uma brincadeira coletiva. Entre essas, brincávamos de sapo pula-pula.
Ela ia à frente, nos corredores formados entre as classes, pulando literalmente como um sapo(a) e nós, uma fila de pequenos, íamos todos atrás, pulando, na maior farra. Bom, e aí a imagem da gorda se concretizava... uma grande sapa e apesar da flexibilidade dela, a bunda que ia à frente, parecia imensa!
Chamava-se Maria Angela e parecia ter mesmo algo de angelical. E foi um primeiro ano cheio de cores e risos.
As cores se perderam na segunda série e foi assim até a quarta, quando fui estudar na escola em que minha mãe lecionava. Mais longe, mais "popular" mas para mim, mais viva em boas referências!

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MILLE

Foi em marco de 1959.
Menino franzino, cabelos crespos, olhos muito vivos e espertos.

Peguei por minha conta mesmo um petiço, um pedaço de papelão de caixa e um toco de carvão. Ia num petiço malacara, depois num alazão. Ficava uns 7 km lá de casa, nos Amarais.
Lembro de pouca coisa. Das geadas no inverno, os cascos virando o gelo nos buracos de outros cascos. Ia sozinho mas voltava com mais uns 5 que moravam perto.
Frio...
O colégio era de madeira e pequeno, todas as séries juntas. Uns 30 alunos acho.
No verão era muito quente. Todo mundo ia de chapéu e tinha que deixar fora. Num suporte do telhado. Um dia saímos eu e outro primeiro. Pegamos todos os chapéus e gorros juntos e saímos atirando pelo meio do campo. E dando chutes. A professora nos chamou e passou a palmatória na mão.
Não lembro da cara dela, nem do nome, mas dos olhos antes de me bater lembro bem.
Era um olho tipo malvado, sabe? Sarcástica. Da dor nem sei. O pior era a humilhação. Todo mundo olhando
Tinha o Peninha de colega. Era filho do "dono" do colégio. Zarioinho e superprotegido. Fiz queixa dele uma vez. A professora botou o menino de castigo na frente de todos. Ele chorava, enfiava o dedo por baixo dos óculos e me olhava com raiva. Eu nem sabia que ele só enxergava de um olho.
A saída era sempre as carreiras. Eu perdia os pedaços dos arreios correndo e claro, sempre perdia a carreira porque andava num petiço de merda.

Tirei o primeiro lugar no primeiro ano, mas eu já sabia ler um pouco. Aprendi meio sozinho numa lata de banha. Marca TATÚ. Uma lata verde de 20 kg. Depois se usava pra guardar outras coisas. Eu lia o que estava escrito nas latas. Nessa tinha um tatuzão enorme, ou nem tanto, eu que enxergava grande porque era pequeno. A lata ficava ao lado da cozinha. Com as "tuias" (tulhas par guardar alimentos) divididas em 3: uma arroz, outra açúcar e outra feijão. Aprendi a ler sozinho – como muitos - tendo que ler "banha" antes da "ave" do “Vivi viu o Ivo”.
A escola era apertada e os outros me pareciam muito grandes, mas em Rosário era leve.

Não tinha essa coisa de guri de cidade. “Pega o pé de gordo”,cara com óculos”, “magrinho”, “negão”,feio” etc. Em Alegrete é que foi... Gente bem podre que tinha...
Eu vim pra cá no meio do quinto ano primário e só fui me equilibrar no ginásio.

Engraçado é que em todo tempo não lembro de ter pegado chuva nenhuma vez.
Mas do frio eu lembro.

Acho que a roupa era pouca.
Até hoje sou friorento.


MILLE é gaúcho e morava "prá fora" - como se diz "meio rural" no RS. No tempo dele, muita gente boa aprendeu a ler sozinha - quase desse mesmo jeito que ele conta.

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ARI COELHO

Meu primeiro professor foi uma professora, ou melhor uma general, Dona Semírames.
À época, em Salvador, existia uma espécie de “ONG” ou coisa parecida chamada Liga Baiana Contra o Analfabetismo, capitaneada pelo grande Cosme de Farias (tem um bairro aqui com o nome dele), rábula de grande notoriedade, negro engajado na luta contra o analfabetismo, grave problema que atingia quase que maciçamente a população afro-descendente dessa que já foi considerada a Roma Negra.
Claro que essa síndrome do politicamente correto ainda não existia.
Pois bem, algumas escolas faziam parte dessa Liga e a minha primeira escola era uma delas.
Dona Semírames, também negra, altaneira, tinha no mister da docência sua profissão de fé. Orgulhava-se da sua profissão e era tietaça do velho Cosme de Farias.
A escola era particular, no sentido de não ser governamental, porém era mantida pela Liga e contava com poucos alunos pagantes.
Era, de fato, uma empresa familiar onde trabalhavam e moravam também um irmão e uma irmã de Dona Semírames.
Naquele tempo, o ingresso na escola se dava por volta dos sete anos e eu, por ser o caçula, não gostava de ficar em casa quando todos os meus irmãos (cinco) iam para a escola. Por isso, um dia lá, tomei a decisão. Coloquei um jornal velho debaixo do braço e, de calção e pés descalços, bati na porta da escola de Dona Semírames que, muito gentilmente, me atendeu.
- Meu filho,você ainda é muito pequeno.
- Sou não. Já vou fazer cinco anos.

Resumindo, minha mãe me localizou em plena reunião com a professora que, impressionada com a esperteza do garoto, propôs que eu freqüentasse a escola como uma espécie de aluno ouvinte até atingir a idade competente.
Topei, e dia seguinte, estava lá com um lápis e um caderno.
No início, tudo corria muito bem. Eu já havia aprendido o ABC em casa e não tive dificuldade em aprender a ler rapidamente. Com o passar do tempo, porém, passei a pleitear um tratamento igualitário, o que significava o direito a fazer provas, tarefas de casa e participar das sabatinas de aritmética.
Consegui somente o terceiro pleito que, por coincidência era o pior de todos, considerando que os números nunca foram o meu forte e que, a cada erro, recebia-se uma relepada de palmatória que doía pacas.
Passou-se o primeiro ano. Completei seis anos em dezembro. Todos os colegas passaram de ano, menos eu, apesar de ter rendimento melhor que muitos deles. Convoquei outra reunião com a pró, por não achar justo ficar para trás quando havia demonstrado competência para seguir em frente.
- Você lembra o que combinamos?
- Lembro... mas...
- Não tem mas nem meio mas...

Chama o síndico, quer dizer... a síndica, quer dizer... minha senhora mãe.
- O menino não tem maturidade para fazer o segundo ano. Melhor repetir o primeiro e entrar com a idade certa, conforme o combinado.
- Eu prometo que posso fazer, fessora. Prometo que vou passar de ano. Que vou ser um bom menino. Que não vou falar palavrão e que vou pedir a benção a todas as velhas e velhos do bairro (um costume da época contra o qual já tinha-me rebelado: “Bença D. Iaiá... Bença D. Hilda... Bença D. Zulmira – vou tomar mais a bença porra nenhuma e pronto).
Yes!
No final do ano, apesar de um rendimento na média, a danada da Dona Semírames me reprovou. E foi como ela quis. Só entrei no ensino oficial com sete anos, como mandava o figurino. Sacanagem de Dona Semírames.
Mas gostava dela e nunca guardei mágoa da doce generala, a não ser no primeiro momento que fiquei puto da vida com ela.
Uma coisa que não esqueço é que, nos dias de calor, ela usava vestidos de alça e, quando ia ao quadro negro, o talco colocado excessivamente em seus sovacos fazia densas nuvens na sala, provocando risadas na galera.
Ela, exaltada, aplicava fortes tapas no sovaco produzindo nuvens ainda mais densas e falava:
- Estão rindo de que? Minhas axilas são muito asseadas.
Dona Semírames morreu quando eu era ainda criança e a escola fechou. Aí, fui estudar numa escola no Rio Vermelho o que, para mim, era tudo de bom porque tinha que pegar buzu.

Ari Coelho é baiano e hoje vive em Itapuã. Mais dele AQUI

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