LÁSZLÓ BARSI

Professora Cristina,

Espero que você não me reprove pela ousadia e sinceridade de escrever este texto depois de muitos anos.

Cristina era minha professora de história, na quarta-série e era alta, magra, com cabelos castanhos claros, paciente, atenciosa e tinha o delicioso hábito de gesticular (falar ou bailar com as mãos) ao nos ensinar história.
Outra mania de Cristina era andar por entre as carteiras de madeira, enquanto narrava alguns dos grandes acontecimentos históricos brasileiros. Eu achava isso o máximo, ainda mais quando ela gritava e dramatizava esses fatos.
Fui um aluno chato e que dava trabalho – a prova disso é que fui expulso de dois colégios em Salvador -, mas nas aulas da professora Cristina eu virava um rapaz comportado e que nunca chegava atrasado. Em suas aulas, eu me sentia um completo vouyerista que prestava atenção em cada palavra sua e nos seus mais singelos gestos, como prender os cabelos quando ia para o quadro negro ou lousa.
Se você fosse a minha professora nos dias de hoje, daria valor para os seus gestos e narrações sobre a Revolução Industrial, mas certamente olharia para os seus seios, boca, bunda e deixaria de ser vouyerista para virar um tarado – Ops! É brincadeira “tia”! Não precisa me colocar de castigo e nem anotar o meu número na caderneta!
Além disso, elogiaria mais o seu caráter, me faria mais de burro para fazer com que você perdesse um tempinho para me ensinar e levaria em todas as aulas deliciosas maçãs vermelhas para garantir a sua atenção e conquistar o seu coração de “tia” ou “profi”. Aliás, envenenaria alguma dessas maçãs para vê-la desfalecida, pois assim como na história da Branca de Neve e os sete anões, lhe daria um beijo para quebrar o feitiço, o qual você mesmo jogou sobre mim ao ser a minha querida e inesquecível professora.
Cristina ainda foi a minha professora na quinta-série, porém perdeu o posto de “tia” querida para uma colega de sala loira, de olhos verdes e que tinha o nome de Marcela. Após a quinta-série fui expulso do colégio, tive de ir estudar na cidade de Ibicaraí no Sul do Estado da Bahia e perdi o contato com a professora Cristina ...


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1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Lázló!! Saudade de vc menino!!! Beijo e um 2009 cheio de coisas boas!

3 de janeiro de 2009 às 12:01  

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