ROSANA ZUCOLO

Não sei onde ela está, ou se ainda vive. Me peguei a pensar que gostaria de revê-la, e lhe dizer que ela fez uma imensa diferença numa pequena vida que começava.
Naquele tempo, ao menos em Rosário, não lembro de jardim de infância ou pré-escola. A gente entrava direto com seis anos na primeira série. E recordo que eu já esperava com tudo pronto desde os quatro anos. Minha mãe conta que certa vez levou um susto ao me ver chegando em casa pela mão de uma estranha. A mulher passava todos os dias em frente à minha casa para o trabalho, e me encontrara indo longe, rua abaixo, com um caderno e um estojo embaixo do braço, a dizer que ia para o colégio.
A escola era pública e considerada das "melhores" - o colégio estadual Marçal Pacheco. Ainda assim, cheia das diferenças de classe. Acho que isso foi uma das coisas que mais me impressionou ao entrar nesse mundo: os alunos "naturalmente" se separavam por segmentação social, excluíam-se e se enfrentavam. Sempre fui ruim nessas coisas, não gostava da jocosidade e, talvez por isso, não era muito de andar em turmas. Mas na primeira série, a professora diluía esse universo no lúdico. Tenho vaga lembrança da fisionomia dela, porque a memória evoca sempre um todo. Me parecia imensamente grande, cabelos lisos, pretos e longos e...gorda!
Sim, eu a via enorme, provavelmente muito maior do realmente era, e sempre com um imenso sorriso no rosto. Uma das lembranças mais nítidas eram as brincadeiras. Cada nova sílaba aprendida era reforçada com uma brincadeira coletiva. Entre essas, brincávamos de sapo pula-pula.
Ela ia à frente, nos corredores formados entre as classes, pulando literalmente como um sapo(a) e nós, uma fila de pequenos, íamos todos atrás, pulando, na maior farra. Bom, e aí a imagem da gorda se concretizava... uma grande sapa e apesar da flexibilidade dela, a bunda que ia à frente, parecia imensa!
Chamava-se Maria Angela e parecia ter mesmo algo de angelical. E foi um primeiro ano cheio de cores e risos.
As cores se perderam na segunda série e foi assim até a quarta, quando fui estudar na escola em que minha mãe lecionava. Mais longe, mais "popular" mas para mim, mais viva em boas referências!

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3 Comentários:

Blogger Ari disse...

Viu aí? E eu pensando que era original por ter ido à escola por ocnta própria. Deve ser por essas e outras que "nunca te vi, sempre te amei".

25 de novembro de 2008 às 14:49  
Anonymous Anônimo disse...

rsrs é...vai saber né, Ari!

26 de novembro de 2008 às 00:41  
Anonymous Anônimo disse...

Me aguardem ... Denis

26 de novembro de 2008 às 01:03  

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